quarta-feira, 28 de julho de 2010

Brasil investe em redução do custo de etanol de 2ª geração

FONTE: DCI - Diário, Comércio, Industria & Serviços
DATA DA NOTÍCIA: 28/07/2010


SÃO PAULO - O Centro de Tecnologia Canavieira (CTC) planeja para 2012 sua expansão: a meta é a integração de uma planta de demonstração de etanol celulósico em uma unidade industrial associada ao CTC. Um projeto já em funcionamento - localizado em Piracicaba (SP) - produz 1 mil litros de álcool de segunda geração por dia. Com os futuros testes concluídos, a produção aumentará em até 40% em relação ao processo existente. A entidade divulgou também, ontem, durante evento realizado em São Paulo, o relatório de resultados 2005-2010 e inovações para os próximos dez anos.

Nilson Zaramella Boeta, diretor superintendente do CTC, afirmou que, dentro de dois anos, o objetivo é colocar a planta de demonstração em patamares de escala industrial. "O nosso [projeto] é o único acoplado à usina atual".

Segundo Thomas Bernd Ritter, diretor de Pesquisa & Desenvolvimento do CTC, a entidade reduziu, de três anos para cá, um terço dos custos de produção do etanol celulósico. "O objetivo é aproximar os custos aos do etanol de primeira geração", diz Boeta.


LINK: http://www.dci.com.br/noticia.asp?id_editoria=7&id_noticia=336040&editoria=

COMENTÁRIO: Etanol de 2ª geração ou Etanol Celulósico é o álcool obtido a partir da quebra da celulose da biomassa. A celulose é uma das matérias primas mais abundantes na natureza, presente em todos os vegetais.
Ao contrário do etanol obtido através do processo de fermentação de substâncias ricas em açúcares, como o caldo da cana de açúcar ou de outros produtos nobres como cereais e beterraba que são utilizados para alimentação humana ou de animais, o etanol celulósico pode ser obtido de diversos subprodutos e resíduos de biomassa como palhas e cascas.

Desta forma a produção de álcool combustível pode ser obtida também através de matérias primas que antes eram descartadas ou só entravam no processo de geração de energia através da queima para geração de vapor para termoelétricas.

Com esta nova tecnologia, após a produção do etanol do caldo da cana, o bagaço de cana que antes era subproduto, pode entrar em um novo processo para a produção de mais etanol. Estimam-se que com isto será possível aumentar entre 30% a 40% a produção de etanol no país sem aumentar a área plantada. Ou seja, significa acrescentar mais 8 bilhões de litros a produção brasileira que atualmente é de 24 bilhões de litros.

Segundo dados do Balanço Energético Nacional (BEN) - 2009 publicado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), o grupo cana de açucar e derivados representava em 2008 cerca de 17% do total da matriz energética.

Além do bagaço de cana, podem também ser utilizados a palha de milho, casca de eucalipto e diversos outros resíduos da agroindústria que antes tinham destinação menos nobre.

Existe em todo o mundo uma corrida nos centros de pesquisa, principalmente nos Estados Unidos e Brasil para criação de um processo que seja viável em escala industrial.
A chave do processo está em selecionar ou desenvolver enzimas, bactérias e leveduras capazes que quebrar a celulose e transforma-la em glicose que possa passar então pelo processo de fermentação e destilação.

De quebra, o processo de etanol celulósico é o que gera a menor quantidade de gases do efeito estufa, se comparado com a produção de gasolina e etanol convencional.

Quem sabe no futuro a tecnologia evolua a ponto de gerarmos energia a partir de papelão reciclado, que nada mais é do que CELULOSE.

Vale lembrar que a celulose nada mais é do que energia solar condensada em matéria pelo processo da fotosíntese. A queima de um pedaço de madeira nada mais faz do que liberar esta energia armazenada.


Victor Rizzo - Blog Nossos Negócios