quarta-feira, 2 de julho de 2008

Falta de mão-de-obra especializada ameaça crescimento do Brasil

FONTE: ÚLTIMO SEGUNDO / NEW YORK TIMES
DATA DA NOTÍCIA: 02/07/2008

Para quase todos os países, com exceção da China e Índia, conquistar um crescimento de mais de 5% ao ano é difícil. Fazer isso sem mão-de-obra especializada é praticamente impossível.
Mas esse é o desafio do Brasil, o B das economias Bric (Brasil, Rússia, Índia e China), a versão atual dos tigres econômicos.Depois de anos de vaivém, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva projeta um período de crescimento contínuo, com o produto interno bruto aumentando 5% ao ano de agora até 2010 e entre 3% e 4% ao ano durante a década seguinte.
Mas muitas companhias e economistas, inclusive alguns setores do governo, dizem que a falta de mão-de-obra altamente qualificada, principalmente engenheiros e executivos, irá prejudicar esses objetivos e o crescimento econômico e político do Brasil.
"A falta de disponibilidade de mão-de-obra técnica pode impedir o crescimento, sem dúvida nenhuma", disse José Sérgio Gabrielli, presidente da Petrobras. "Esse é um grande desafio para o País". A falta de engenheiros aqui se espalha pelas indústrias. A falta de engenheiros civis e de construção ameaça projetos de infra-estrutura; setores como os de manufatura de aeronaves, petroquímicos e metais competem pelos mesmos formandos. No crescente setor de petróleo e gás, as companhias buscam mão-de-obra estrangeira porque não há brasileiros qualificados para seus postos.

LINK: http://ultimosegundo.ig.com.br/new_york_times/2008/07/02/procura_se_mao_de_obra_especializada_para_uma_economia_em_crescimento_no_brasil_1409754.html

COMENTÁRIO: A educação é sempre um gargalo para o crescimento e é um investimento de longo prazo. A falta de mão-de-obra especializada não pode ser ressolvida em curto prazo e exige investimentos e perspectivas. Nem só de investimentos se faz o desenvolvimento. No caso da Alemanha e Japão do pós-guerra, o rápido desenvolvimento só ocorreu por conta de investimento aliados com uma mão-de-obra muito qualificada. E não bastam apenas engenheiros e técnicos. É também necessária uma geração de executivos experientes para dirigir o crescimento das empresas. Não bastam somente títulos de MBA e Pós-Graduações. É necessário também experiência e vivência de grandes projetos e negócios.
Alguns de nós que chegaram ao mercado na década de 80 e ínicio da década de 90 vimos, sem perspectivas, um país onde engenheiros é técnicos não tinham mercado de trabalho. Criou-se uma lacuna e um ruptura na trasmissão de conhecimento entre profissionais com grande experiência da geração que chegou ao mercado na trabalho na década de 70, época do milagre econômico, e aqueles da geração da dédaca de 90.
Segundo resportagem publicada na revista Exame em junho de 2008, um estudo realizada pela consultoria americana McKinsey estima que a economia chinesa precisará de 75.000 profissionais com gabarito para assumir postos em multinacionais até 2010. Mas só havia entre 3.000 e 5.000 chineses com essa qualificação quando o estudo foi feito. Segundo o estudo, somente 10% dos candidatos chineses a altos cargos estão preparados. Ou seja, faltam talentos.
E se esta pesquisa fosse realizada no Brasil? Qual seria o resultado?
A despeito das dificuldades, este é um cenário em que estamos diante de um bom problema. De qualquer forma é um momento de boas oportunidades para os profissionais no mercado.
Veja também o artigo publicado por Daniel Rodel em Considerações sobre o Brasil e a Sociedade do Conhecimento
Victor Rizzo - Blog Nossos Negocios

Disponibilidade de Alimentos e produção de Biocombustíveis

FONTE: INSTITUTE FOR AGRICULTURE AND TRADE POLICY (INGLÊS)
DATA DA NOTÍCIA: 04/2008

O artigo trata de diversos aspectos relacionados à biocombustíveis, como disponibilidade de alimentos, comércio internacional, tarifas internacionais, subsídios agrícolas, investimentos internacionais em pesquisa e produção, desmatamento, desenvolvimento sustentável e mudanças climáticas.
Inicialmente o artigo estabelece um contexto geral com relação à biocombustíveis e políticas de segurança alimentar.
Em seguida o artigo cita as políticas públicas relacionadas à biocombustíveis no Brasil, Estados Unidos e União Européia, bem como os subsídios existentes para a produção dos biocombustíveis e as discussões em torno do tema na Organização Mundial de Comércio.
Com relação à competição entre alimentos e biocombustíveis o artigo considera que o principal problema da fome está mais relacionado acesso (má distribuição) do que a produção.
O artigo prossegue apresentando os números de produção mundial de biocombustíveis e de soja e as principais empresas que dominam o mercado de exportação.
A seguir analisa o tema dentro do contexto da Rodada de Doha.
Sob o ponto de vista de investimentos relaciona os investimentos realizados por grandes grupos internacionais em pesquisa e produção como BP, ADN, Cargill, Mitsui, Petrobras e PetroChina, Barklays e Goldman Sachs, bem com a entrada de Investimentos Diretos Internacionais no Brasil no setor de álcool.
Dentro do contexto de agricultura, o artigo discute o tema da sustentabilidade de produção de produtos agrícolas baseada no modelo de monocultura e a necessidade de estabelecer-se padrões para o cultivo sustentável ambiental e socialmente.

LINK: http://www.iatp.org/tradeobservatory/library.cfm?refID=102282

COMENTÁRIO: O artigo é bastante completo e abrangente abordando o tema bicombustíveis com suas diversas implicações e da uma boa visão geral do tema de uma forma imparcial. Interessante é o fato de um artigo trazer os diversos aspectos que geralmente estão dispersos em artigos específicos para um mesmo documento. O tema de qualquer forma é complexo e o artigo ajuda a entender as suas diversas correlações.
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